A Gestalt-terapia é uma abordagem da psicologia, ou seja, um conjunto filosófico-teórico que embasa a visão de ser humano e de mundo e orienta os profissionais de psicologia em sua atuação, especialmente na clínica. Essa abordagem terapêutica não oferece respostas prontas nem fórmulas mágicas. Pelo contrário: é um convite para você olhar para si mesma de forma mais consciente, descobrir seus próprios caminhos e construir novas possibilidades de vida. É menos conhecida, por ser mais moderna, de surgimento recente, por ter sido desenvolvida a partir de críticas às primeiras linhas teóricas e práticas clínicas decorrentes, como a psicanálise.
A Gestalt-terapia parte da ideia de que cada pessoa é única, e que sua história, seus sentimentos e seu corpo se manifestam no aqui e agora. Mais do que analisar apenas o passado, ela te ajuda a perceber como as experiências que você viveu se refletem hoje e como podem ser transformadas em escolhas mais livres e autênticas.
O que é a Gestalt-terapia?
A Gestalt-terapia é uma abordagem da psicologia que surgiu nos anos 1950 e se consolidou como uma forma de terapia humanista e existencial. Nesse contexto, humanista significa uma visão que valoriza o potencial de crescimento, a liberdade de escolha e a singularidade de cada pessoa. Já o termo existencial aponta para a responsabilidade de assumir a própria vida e lidar com temas universais como liberdade, autenticidade, sentido e finitude — ou seja, como cada indivíduo constrói sua existência no mundo.
Diferente de modelos que focam apenas em interpretar o passado ou mudar pensamentos de forma racional, a Gestalt-terapia convida você a estar presente na sua própria experiência — no corpo, nas emoções, nas relações e nas escolhas do dia a dia.
Mas o que isso significa na prática? Vou te explicar alguns conceitos-chave de forma simples:
Teoria de campo
Na Gestalt-terapia, entendemos que ninguém existe isoladamente. Cada pessoa está inserida em um campo — um conjunto de relações, histórias, influências sociais, culturais e familiares que se entrelaçam. Ou seja, você é resultado da interação constante entre você e o mundo. Por isso, em vez de buscar “culpados” internos ou externos, olhamos para como a sua vida se organiza nesse campo e como você pode se ajustar de forma mais saudável.
Figura-fundo
Já percebeu como, em um quadro ou foto, sempre há algo que chama mais a sua atenção enquanto o resto fica em segundo plano? Na Gestalt-terapia, chamamos isso de figura-fundo.
Na vida, é a mesma coisa: a cada momento, alguma necessidade se torna figura (como fome, tristeza, desejo, alegria), enquanto outras ficam no fundo. O processo terapêutico ajuda você a perceber quais figuras estão pedindo atenção e como lidar com elas — em vez de ignorá-las ou reprimi-las.
Ciclo de contato
A vida é feita de encontros. O ciclo de contato é a forma como você se relaciona consigo mesma, com os outros e com o ambiente. Esse ciclo envolve perceber uma necessidade, entrar em contato com ela, buscar satisfazê-la e, depois, se afastar para se abrir ao próximo movimento da vida.
Quando esse ciclo é interrompido — por medo, repressão, culpa ou hábitos automáticos — surgem os sofrimentos emocionais. A Gestalt-terapia ajuda a restaurar esse fluxo, para que você viva de forma mais espontânea e plena.
Aqui e agora
Um dos pilares da Gestalt é o foco no aqui e agora. Isso não significa ignorar o passado ou não planejar o futuro. Significa que tudo o que você vive está acontecendo neste momento: lembranças do passado e ansiedades pelo futuro se expressam no corpo, na fala e nas emoções de hoje. Por isso, trabalhar no aqui e agora é a forma mais autêntica de se transformar.
Assim, a Gestalt-terapia é muito mais do que uma técnica: é um convite para você se perceber em movimento, reconhecer suas necessidades, se expressar de forma autêntica e encontrar maneiras criativas de se relacionar com o mundo.
Como a Gestalt-terapia se diferencia de outras abordagens
No Brasil, quando se fala em terapia, muitas pessoas pensam primeiro em Psicanálise ou em Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC). Comparar pode ser uma boa forma de entender o que torna a Gestalt-terapia única:
- Psicanálise: geralmente é uma terapia de mais longo prazo, que investiga o inconsciente, os sonhos, a infância e como esses elementos estruturam a vida psíquica. O foco principal está em compreender as origens dos conflitos internos.
- TCC: é uma abordagem estruturada, com técnicas específicas e, muitas vezes, tarefas de casa. O objetivo é identificar padrões de pensamento disfuncionais e substituí-los por formas mais adequadas de pensar e agir.
- Gestalt-terapia: por sua vez, não se limita a analisar o passado nem apenas a modificar pensamentos. Ela convida a pessoa a experimentar-se no presente, olhando para emoções, corpo, linguagem e relações. A ênfase está na consciência (awareness) e na forma como a pessoa se ajusta ao mundo — favorecendo mudanças que partem da experiência direta e não apenas da interpretação ou da técnica.
Assim, a Gestalt-terapia é vivencial, dialógica e profundamente relacional. Mais do que um método rígido, é um espaço de encontro que provoca transformações a partir da presença, da autenticidade e da experimentação.
Veja esse outro texto para entender o que representam essas outras abordagens da psicologia.
Benefícios da Gestalt-terapia
A Gestalt-terapia pode trazer benefícios profundos tanto para quem enfrenta sofrimentos emocionais quanto para quem busca crescimento pessoal. Entre as principais questões que podem ser trabalhadas estão:
- Ansiedade, estresse e sintomas depressivos.
- Problemas de autoestima e autoconfiança.
- Dificuldades em relacionamentos amorosos, familiares ou profissionais.
- Processos de luto e mudanças de vida.
- Questões de identidade e sexualidade.
- Desenvolvimento pessoal e autoconhecimento.
Mais do que “resolver problemas”, a Gestalt-terapia te ajuda a reconhecer padrões, ampliar sua consciência (awareness) e experimentar novas formas de estar no mundo.
Como é a prática da Gestalt-terapia?
Na prática, a Gestalt-terapia é um processo vivo. Como psicóloga gestalt-terapeuta, eu não assumo uma posição neutra ou distante. Pelo contrário: me coloco presente no encontro, em um diálogo verdadeiro, atenta às suas palavras, ao seu corpo, ao tom da sua voz e até aos seus silêncios.
Isso significa que, além do acolhimento, também pode haver momentos de confronto respeitoso. Não se trata de ser “boazinha” e apenas concordar nem de te comandar por cada etapa do processo como se eu soubesse mais do que você mesma sobre você e suas relações. Trata-se de te ajudar a enxergar os padrões que te limitam, para que você encontre novas formas de se mover, te fazendo perguntas para que você mesma possa descobrir como.
Por que a Gestalt-terapia é importante para mulheres?
As mulheres frequentemente carregam expectativas sociais impostas pelo machismo e pelo patriarcado — os “deverias” e papéis que desconectam da essência e limitam a liberdade de ser.
Na minha prática clínica, compreendo como essas estruturas influenciam a saúde emocional e busco apoiar cada paciente a reconhecer sua autenticidade, sua força e sua capacidade de se empoderar.
Por isso, a Gestalt-terapia é especialmente potente para mulheres: ela ajuda a se libertar de papéis engessados, a lidar com as culpas que não lhe pertencem e a criar novas formas de estar no mundo — mais conectadas consigo mesmas e com sua verdade.

Gestalt-terapia como caminho de autodescoberta
Mais do que uma técnica, a Gestalt-terapia é um caminho de autodescoberta. É um processo em que você pode:
- Reconectar-se com sua sabedoria interna.
- Ampliar a consciência sobre quem você é e o que deseja.
- Enfrentar os padrões que bloqueiam seu crescimento.
- Assumir a responsabilidade por sua própria vida.
Se você sente o chamado para se conhecer de forma mais profunda, transformar aquilo que te impede de florescer e viver de forma mais livre e consciente, a Gestalt-terapia pode ser esse caminho.
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