E se eu não souber o que dizer na sessão de terapia?
“Sou muito tímida, não sei se vou conseguir falar…”
Se você já pensou em procurar uma psicóloga, mas travou na ideia de “ter que falar sobre você”, saiba que essa dúvida é muito mais comum do que parece.
Essa sensação de insegurança antes de começar a terapia é natural. Especialmente se você sempre teve dificuldade em expressar seus sentimentos, se costuma guardar as coisas para si ou se cresceu ouvindo que “sentir demais é fraqueza” — ou pior, que “ninguém quer saber dos seus problemas”.
Se esse é o seu caso, esse texto é pra você. Quero te mostrar como a terapia pode ser um espaço diferente de tudo isso que você já viveu.
A insegurança para começar a terapia: por que ela aparece?
Quando pensamos em falar sobre nós mesmas com alguém desconhecido, a primeira reação pode ser de defesa. E isso faz sentido: falar de sentimentos, de dores ou até da confusão que às vezes a gente sente… não é fácil. Principalmente para quem sempre teve que se proteger.
Muitas mulheres tímidas, retraídas ou introvertidas acreditam que não vão conseguir se abrir. Algumas têm medo de serem julgadas, outras sentem vergonha de “não saber se expressar direito”. E ainda tem quem pense que precisa chegar com um discurso pronto, ou uma lista organizada de problemas. Mas isso não é necessário.
A terapia não exige que você tenha todas as palavras. Ela te oferece um espaço seguro para encontrá-las, no seu tempo.
E se eu não souber o que dizer na sessão?
Essa pergunta é comum, especialmente nas primeiras sessões de terapia.
E minha resposta costuma ser: tudo bem. De verdade.
Você não precisa saber por onde começar. Esse, inclusive, pode ser o seu ponto de partida: “eu não sei por onde começar”.
A partir disso, vamos construindo juntas um caminho.
Na abordagem que eu sigo — a Gestalt-terapia — damos muito valor à experiência do presente. Então não é necessário trazer histórias do passado se isso ainda não for possível. Podemos começar com o que você sente aqui e agora: como está hoje, o que te fez procurar ajuda, o que tem sido difícil de lidar ultimamente.
Se surgir silêncio, ele não será constrangedor. O silêncio também fala. Ele pode dizer “estou aqui, mas ainda não sei como continuar”. E eu estou preparada para escutar isso com atenção e respeito.
Além disso, há recursos não verbais que podemos utilizar, como música, poemas, filmes e séries, jogos, desenho, colagem. Utilizar referências que você gosta, peças já produzidas por você ou até mesmo construir projetos em sessão são uma forma excelente de expressão que precisam menos do verbal.
A timidez não é um impedimento — ela pode ser um ponto de partida
Se você é tímida, introvertida, ou sente que não consegue se abrir com facilidade, a terapia pode ser exatamente o lugar certo para trabalhar isso. É um espaço seguro para se perceber com a timidez, colocar atenção nessa forma de estar no aqui-agora.
E veja: não com o objetivo de te “consertar” ou te transformar em alguém extrovertida, mas para te ajudar a se sentir mais confortável sendo quem você é. Para que você se escute com mais gentileza, e descubra formas de se expressar com mais segurança.
Muitas mulheres que me procuram chegam com o receio de “não ter assunto”, mas acabam descobrindo, com o tempo, que têm muito mais dentro de si do que imaginavam. Às vezes, tudo o que falta é um ambiente seguro para que isso venha à tona; e alguém que não tenha pressa.

Como me preparar para a primeira sessão?
Você não precisa se preparar demais. Basta reservar alguns minutos antes da sessão para fazer a conexão com calma (caso a sessão seja online) ou sair com tempo suficiente para chegar no horário correto (no caso da sessão presencial).
Pode ser útil anotar, se quiser, o que tem te incomodado, o que te motivou a buscar terapia ou o que tem tirado sua paz. Mas não é obrigatório.
Traga você mesma, com suas dúvidas, medos, silêncios ou vontade de chorar. Está tudo certo.
A primeira sessão é, acima de tudo, um encontro. E não existe um jeito certo de se encontrar com alguém. Existe presença, curiosidade e, principalmente, abertura para viver esse começo. É poderoso poder ser o que quiser e é isso que você vai encontrar: um espaço para estar como estiver.
Um convite para quem sente que “não consegue falar”
Se você se identificou com esse texto, talvez esteja na hora de acolher essa vontade de mudar, mesmo que tímida.
A terapia não é um interrogatório. É um espaço de cuidado. E o seu jeito de estar nesse processo será respeitado do início ao fim.
Meu papel como terapeuta é te acompanhar com sensibilidade, para que você vá se escutando com mais profundidade.
Não tem problema se no começo você se sentir travada. Com o tempo, o vínculo, a confiança e o ritmo vão sendo construídos.
Veja um pouco mais sobre minha abordagem terapêutica e os tipos de atendimento que ofereço e entre em contato comigo para iniciarmos o seu processo.



